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De volta às aulas: os desafios da alfabetização


A grande maioria das crianças pode superá-los com um bom ensino ao longo do 1o ano escolar

Felizmente existem alguns “marcadores” ou marcos da infância que são objeto de muita atenção dos pais e também das crianças: os primeiros passos, as primeiras palavras, a primeira frase, o primeiro dia da escola, “meu primeiro livro de leituras”.

E o que dizer da alfabetização?  É preciso alfabetizar as crianças? Quando? Quem deve fazê-lo, os pais, a escola ou a própria criança? Felizmente há respostas para todas essas questões.

Comecemos pela surpresa: nem toda criança precisa ser alfabetizada para aprender a ler e escrever.  Mas, na prática, são raríssimas as crianças que aprendem, sozinhas todos os segredos da caligrafia e do código alfabético.  Mas muitas crianças adquirem importantes conhecimentos que vão ajudá-las no processo de alfabetização.  Ler com as crianças, brincar com letras, poemas, rimas, aliterações, parlendas são atividades que contribuem para desenvolver a “prontidão”, isto é, o conjunto de habilidades necessárias para a criança ser alfabetizada.

A alfabetização apresenta alguns desafios – e a grande maioria das crianças pode superá-los com um bom ensino ao longo do 1o ano escolar.

O primeiro desafio é entender que as palavras são uma forma diferente de representar as ideias – diferente de um desenho ou de um sinal.

O segundo consiste em identificar os componentes das palavras – as letras.  Uma criança que decora palavras, identifica letras, pode ler “Coca Cola” onde estiver escrito “Toda Dola”.

O terceiro consiste em entender o princípio alfabético, isto é, que cada letra carrega um valor: mudou a letra, mudou o “som”, o valor fonético.

E o quarto é aprender o valor de cada combinação.

O resto são detalhes!

Existem formas mais eficazes do que outras.  O psicólogo e matemático Stanlislas Dehaene,  um dos maiores estudiosos do tema– já fez esse trabalho, e concluiu que o cérebro não memoriza palavras inteiras, ele mapeia os fonemas e sua associação com os grafemas – letras e sons, na linguagem popular.  Por isso os métodos fônicos são os mais eficazes – eles facilitam o trabalho do cérebro.  Além disso, as crianças que são alfabetizadas de forma adequada têm melhor desempenho escolar nas séries seguintes.

Fonte: Veja.com – João Batista Oliveira